Hidrovia vai transportar boi vivo até a Sotave |
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Com a redução do volume de operações de embarque no porto de vila do Conde, que passará por uma reforma, os bois que são exportados vivos para o Libano e a Venezuela devem começar agora a fazer o percurso entre as fazendas e os navios exportadores, não mais em caminhões boiadeiros pelas rodovias paraenses, mas em balsas pela hidrovia do rio Capim rumo ao porto da Sotave, em Outeiro. O complexo na ilha de Caratateua tem uma area de 420.911 metros quadrados e dois atracadouros que permitem navios de calado de até 14 metros de profundidade. O assunto vem sendo tema de reuniões, em Paragominas, entre pecuaristas, exportadores de gado em pé, técnicos dos órgãos ligados à administração das hidrovias e dos portos do Pará e uma conhecida empresa de transporte local. A ideia é revitalizar uma hidrovia que nasceu basicamente por conta do interesse no escoamento do caulim para Barcarena, mas que depois perdeu muito da utilidade com a construção do mineroduto ligando o projeto Bauxita, da Vale, naquele município, ao complexo da Albrás/ Alunorte, em Barcarena. 'Queremos consolidar a hidrovia do Capim. O transporte hidroviário custa um quarto do preço do transporte rodoviário e é um instrumento extraordinário para o fortalecimento da economia da nossa região. Vai tornar nossos produtos mais competitivos', diz o prefeito de Paragominas, Adnan Damachki. Nova reunião aconteceu na última quinta-feira, com os técnicos da Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental (Ahimor), Companhia Docas do Pará (CDP) e a diretoria administrativa da empresa de transporte Bertolini, que durante três anos já transportava caulim pela hidrovia. MARÉ O objetivo principal foi o de traçar os rumos logisticos, fazer as contas na ponta do lápis e unir os interesses dos mais de mil fornecedores de gado. Segundo João Coelho de Medeiros, chefe do Núcleo de Operações a Ahimor, espera-se que a maré baixe mais no rio Capim, para que seja dado inicio à inspeção de todo o percurso da hidrovia, que tem 210 milhas marítimas de extensão, o equivalente a 400 quilômetros. Depois disso é que poderão ser feitos o balizamento e a sinalização. Serviços de dragagem e derrocamento (retiradas de pedras do meio do caminho) serão permitidos apenas se estudos batimetricos apontarem para essa necessidade. A balsa que será construída, com três conveses e capacidade para transportar até 2,1 mil cabeças de gado, terá, junto com o rebocador, 100 metros de extensão. 'Até o fim do ano tudo já deve estar concluído e pronto para que se dê inicio às viagens das balsas', garante João de Medeiros. Daniel Carvalho, diretor administrativo de Bertolini, garante que as balas ficam prontas em três meses. Da parte dos pecuaristas e exportadores, a tarefa de montar uma alternativa logística que possa reunir as 2,1 mil cabeças de gado num ponto onde todas depois possam ser levadas rumo ao embarque. Reunião discute Fundo Amazônia O Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pretende fazer projetos de educação ambiental com o apoio de instituições, fundações de pesquisa, associações, cooperativas e organizações não-governamentais (ONGs) para diminuir o desmatamento na Amazônia. O investimento é do Fundo Amazonia, programa do governo federal que arrecada recursos de países do exterior para financiar projetos de preservação. Ontem, representantes do SFB e o BNDES fizeram reunião na Escola de Governo do Pará (EGPA) iniciando uma rodada de reuniões técnicas para mostrar, aos Estados que compreendem a Amazônia, como funciona o Fundo Amazônia. Os encontros acontecerão nas capitais. O BNDES é o orgão que coordena a aplicação dos recursos e faz a seleção, contratação e monitoramento dos projetos. Os recursos são desembolsados mediante a celebração de contratos de créditos não reembolsáveis com instituições de governo federal, estadual ou municipal. Segundo a diretora do SFB, Thaís Juvenal, para que o Brasil possa receber um recurso de outro país, destinado ao Fundo Amazonia, a liberação do investimento deve ser feita mediante a comprovação de que o desmatamento na Amazônia está diminuindo ano a ano. Todos os anos é feita uma estimativa de quantos hectares de terra o Brasil deixou de desmatar em relação ao ano anterior. O número da diferença na diminuição comparada ao ano anterior é que vai se transformar em rercusos do Fundo. Se no ano anterior, por exemplo, o Brasil tiver desmatado dez mil hectares de terra e no atual nove mil hectares, a diferença será de um mil. Este número representará o quanto de gás carbônico o País deixou de emitir por ter reduzido o desmatamento. A partir deste resultado, o Brasil poderá comprovar a diminuição de desmatamento, o que, posteriormente, será revestido em dinheiro, proveniente de outro país. |
FONTE: : O LIBERAL